Lá pelos idos de 1998, estava passeando pela Santa Ifigênia, na região central de SP, quando parei na loja Trancham para comprar um CI driver para displays de 7-segmentos. Iria montar um frequencímetro no final de semana.
Conversando com o balconista, acabamos enveredando para o mundo das válvulas. Papo-vai, papo-vem, ele me apresentou o gerente da loja e pediu para irmos ao "depósito".
Atravessamos a rua.
O gerente me levou por um corredor estreito lá na outra loja, até os fundos.
Abriu uma portinha de madeira de 1,60m x 0,5m e voilà! Dei de cara com o "estoque-arquivo morto" da Trancham. Era a parte interna do prédio que ocupava meio quarteirão e tinha 3 mezaninos circundando o galpão. Cada mezanino com prateleiras de ferro até o teto.
Era perto de 100.000 caixas de válvulas, de acordo com o último inventário de 1977. Cada caixa contendo de 20 a 200 válvulas, dependendo do tamanho das mesmas.
Fiquei de queixo caído! Perguntei se poderia comprar algumas. Ele me disse que poderia pegar o que quisesse que faria um preço camarada (R$0,50/peça)...
Foi neste golpe de sorte mesclado com bagunça organizada que acabei achando uma caixa NOS da RCA com válvulas 47. Estimo que sejam de antes de 1943, pois possuem o logo "pre-war" da RCA estampado nas caixas.
Trouxe para casa meu pequeno tesouro com várias válvulas interessantes, entre elas as 47 e algumas 46, entre outras.
Deixei meu projeto do Frequencímetro de lado e fui desenhar um amplificador single-ended em classe A com zero-realimentação usando as 47 como triodos de aquecimento direto.
Desde 1998, foram 12 anos usando o meu 47 original.
O som, apesar da limitação de potência, era cristalino e enchia todo o ambiente com a sua sonoridade característica. Convenhamos, triodo de aquecimento direto em classe A e sem feedback, tem o seu charme...
Na virada do ano passado, uma das válvulas abriu o bico por metal-stripping e começou a faiscar internamente.
Era hora de rever o projeto antes de colocar outra 47 no lugar.
Com o +B um pouco além do limite, sem delay entre o +B e filamento, alimentação de filamento AC com hum-balance via potenciômetro (como era feito na década de 30) entre outras simplificações e 12 anos à menos de experiência em relação à hoje, até que demorou para pifar...
Abri o gabinete, retirei toda a fiação, limpei todos os soquetes e conectores, sumi com tudo que era supérfluo e comecei do zero novamente.
O resultado da empreitada me satisfez ainda mais que o "47" original.
Tudo na temperatura correta. +B limitado-regulado-temporizado, +V para as 6SN7 GE/Sylvania regulado, filamentos DC com filtragem de ripple generosa, aterramento tipo star-ground, o pot para hum-balance continuou, porém muito mais eficiente, entre outras melhorias menores. O pré também foi redesenhado para aumentar a excursão do sinal, tirando o máximo das 47 sem levá-las à área "torta" da curva de transferência.
O resultado final pode ser visto aqui. Quem quiser se aventurar, em breve postarei o esquema com maior resolução no website http://www.amplificadores.com.br/Index_arquivos/Page435.htm
Conversando com o balconista, acabamos enveredando para o mundo das válvulas. Papo-vai, papo-vem, ele me apresentou o gerente da loja e pediu para irmos ao "depósito".
Atravessamos a rua.
O gerente me levou por um corredor estreito lá na outra loja, até os fundos.
Abriu uma portinha de madeira de 1,60m x 0,5m e voilà! Dei de cara com o "estoque-arquivo morto" da Trancham. Era a parte interna do prédio que ocupava meio quarteirão e tinha 3 mezaninos circundando o galpão. Cada mezanino com prateleiras de ferro até o teto.
Era perto de 100.000 caixas de válvulas, de acordo com o último inventário de 1977. Cada caixa contendo de 20 a 200 válvulas, dependendo do tamanho das mesmas.
Fiquei de queixo caído! Perguntei se poderia comprar algumas. Ele me disse que poderia pegar o que quisesse que faria um preço camarada (R$0,50/peça)...
Foi neste golpe de sorte mesclado com bagunça organizada que acabei achando uma caixa NOS da RCA com válvulas 47. Estimo que sejam de antes de 1943, pois possuem o logo "pre-war" da RCA estampado nas caixas.
Trouxe para casa meu pequeno tesouro com várias válvulas interessantes, entre elas as 47 e algumas 46, entre outras.
Deixei meu projeto do Frequencímetro de lado e fui desenhar um amplificador single-ended em classe A com zero-realimentação usando as 47 como triodos de aquecimento direto.
Desde 1998, foram 12 anos usando o meu 47 original.
O som, apesar da limitação de potência, era cristalino e enchia todo o ambiente com a sua sonoridade característica. Convenhamos, triodo de aquecimento direto em classe A e sem feedback, tem o seu charme...
Na virada do ano passado, uma das válvulas abriu o bico por metal-stripping e começou a faiscar internamente.
Era hora de rever o projeto antes de colocar outra 47 no lugar.
Com o +B um pouco além do limite, sem delay entre o +B e filamento, alimentação de filamento AC com hum-balance via potenciômetro (como era feito na década de 30) entre outras simplificações e 12 anos à menos de experiência em relação à hoje, até que demorou para pifar...
Abri o gabinete, retirei toda a fiação, limpei todos os soquetes e conectores, sumi com tudo que era supérfluo e comecei do zero novamente.
O resultado da empreitada me satisfez ainda mais que o "47" original.
Tudo na temperatura correta. +B limitado-regulado-temporizado, +V para as 6SN7 GE/Sylvania regulado, filamentos DC com filtragem de ripple generosa, aterramento tipo star-ground, o pot para hum-balance continuou, porém muito mais eficiente, entre outras melhorias menores. O pré também foi redesenhado para aumentar a excursão do sinal, tirando o máximo das 47 sem levá-las à área "torta" da curva de transferência.
O resultado final pode ser visto aqui. Quem quiser se aventurar, em breve postarei o esquema com maior resolução no website http://www.amplificadores.com.br/Index_arquivos/Page435.htm
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