sábado, 7 de fevereiro de 2015

Como fazer uma placa de circuito impresso em casa (PCB por transferência de toner).

Olá meus caros,

Já faz algum tempo que  me pedem para detalhar o processo que utilizo para fazer meus protótipos (PCBs) antes de encomendar minhas placas de circuito impresso em grandes quantidades.

Essa etapa de prototipagem se faz necessária em função de ajustes e correções que acontecem em 99% dos casos de novos projetos que utilizam PCBs.

O processo em si é bastante simples, desde que tenha certa experiência e os materiais adequados à mão.

1 Faça seu projeto em algum SW de CAE que permita a captura de esquemas e tenha conexão com algum programa roteador . Eu utilizo a dupla CircuitMaker/TraxMaker, mas pode-se utilizar qualquer SW ou até mesmo o MS-Paint ou MS-PowerPoint (...é, tem maluco que usa...);
 
2 Depois de projetado, simulado, corrigido e testado, faça o roteamento das trilhas.

3 Normalmente faço o roteamento de trilhas maualmente, pois os circuitos de áudio são críticos com relação ao aterramento e, na maioria das ferramentas disponíveis, as regras básicas para um bom projeto de áudio não são seguidas;

4 Gere um arquivo preto e branco (opção B&W) na aba Impressão de algum SW gerador de pdf. sendo que a imagem deverá ser das trilhas vistas em "raio-X", ou seja,  pela face dos componentes -  não inverta nada nem gere imagens em negativo, se estiver usando placa de simples face. Para dupla-face você terá que dominar esta técnica primeiro para poder fazer os alinhamentos e modificações necessárias para placas de dupla-face.
 
5 Com este arquivo PB, imprima em folha de revista, sem se preocupar com o desenho ou texto da página da revista. Use uma impressora LASER com tonner novo ou mande fazer uma cópia xerox com o contraste no máximo sobre esta folha de revista.
 
6 Algumas impressoras não puxam a folha de revista, caso isto aconteça, cole com fita-crepe a folha em outra folha branca A4 e coloque na impressora.

7 Depois de impressa a página, esta deverá conter as trilhas exatamente como vista na tela do seu computador pelo lado dos componentes:


8 Agora você precisará de: uma placa de circuito impresso simples-face, um estilete, um esquadro, uma régua transparente (ajuda na hora de centralizar os cortes), um ferro de passar roupas lixa dágua 600 ou 900, fita crepe, escova de dentes velha e detergente.

9 Corte um pedaço de placa compatível com seu desenho.


10 Limpe com água e sabão. Faça um desbaste para melhorar a aderência do toner a ser transferido usando uma liza dágua grana 600 (ou 900).
 

11 Passe esponja de aço ou tipo Scotch verde para lavar louças com algum desengordurante forte, tipo VEJA. Limpe bem em água corrente.

12 Seque a placa SEM TOCAR NO COBRE com um secador de cabelos ou um soprador térmico (o meu é DWT e funciona maravilhosamente bem!).

13 Depois de seca, coloque placa com o cobre para cima em alguma bancada de trabalho e prenda a placa e folha impressa com o toner para baixo (em contato com o cobre da placa) com fita-crepe para garantir que nada se mova durante o processo de aquecimento. Feito este sanduíche de placa + impressão, siga adiante;

14 Ligue o ferro na temperatura máxima (linho) e espere que esteja bem aquecido (lâmpada piloto apagada). Depois de aquecido comece a passar o ferro lentamente sobre o desenho que está sobre a placa para transferir o toner.


15 Vá passando o ferro e fazendo uma boa pressão tomando cuidado para não rasgar o papel até que o desenho do circuito seja visível pelo lado de cima. Este é o indicativo de que o toner foi transferido corretamente.

16 Retire a fita crepe sem retirar o papel da revista. deixe tudo esfriar por uns 5 minutos.

17 Coloque todo o conjunto em uma bandeja com água até que a folha de revista comece a se deteriorar. Em 10 ou 15 minutos o papel começa a se dissolver.

18 Espalhe detergente sobre a folha que ainda está presa na placa e com uma escova de dentes velha vá esfregando até que todo o papel tenha saído e só fique o toner solidificado sobre o cobre. Algumas vezes você terá que lavar sob água corrente e adicionar mais detergente.

19 Sua placa está pronta para a corrosão. Eu uso o método tradicional com Percloreto de Ferro, mas o método da Soda Cáustica é mais rápido e  MUUUITO mais perigoso.


20 Após corroída, retire a placa, lave bem e com a lixa dágua retire todo o toner.



21 Seque a placa e passe o PRATEX (Iodeto de Prata em solução de amoníaco) ou passe o verniz de Álcool 96°GL com Colofônio (Breu) que protege o acabamento e facilita a posterior soldagem.

22 TODOS O PRODUTOS QUÍMICOS CITADOS AQUI SÃO TÓXICOS E PREJUDICAM O MEIO AMBIENTE SE INDEVIDAMENTE MANIPULADOS E DESCARTADOS. TOME MUITO CUIDADO E SIGA POR SUA PRÓPRIA CONTA E RISCO!

23 Para aplicar o Pratex antes do verniz de colofônio, faça um aplicador com palha de aço e palito de sorvete. Coloque algumas gotas do Pratex sobre a placa e esfregue com o palha de aço presa no palito. O cobre é altamente reativo ao oxigênio do ar, oxidando  muito rápido, portanto para a camada de prata ficar perfeita é necessário raspar o cobre ao mesmo tempo que o Iodeto de prata (Pratex) é aplicado.

24 Depois de aplicar o Pratex, lave bem a placa, seque-a com o soprador e então aplique o verniz para garantir a aderência da solda.

25. A placa está pronta, com qualidade semi-profissional e resolução de até 10 mil (milésimo de polegada) entre trilhas.

Bom divertimento!


PS.:
SW: software.
CAE: Computer Aided Engineering.
Router: gerador automático de trilhas para circuitos impressos.
A folha base para a transfer~encia de toner deve ser de papel tipo "pulp" com verniz. Revistas-encarte dos grandes jornais e a Vejinha são ótimas opções.











www.amplificadores.com.br

domingo, 21 de setembro de 2014

Salvando videos no youtube

Toda vez que preciso compartilhar algum procedimento, teste ou review de algum novo desenvolvimento dos meus equipamentos, coloco os vídeos no www.youtube.com.

Outro dia me perguntaram como salvá-los para consultas posteriores.
A ferramenta que uso e recomendo é o VDownloader (veja em http://vdownloader.com/pt/).

Fácil, rápido e eficiente (e grátis)!

Boa diversão!

www.amplificadores.com.br

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Testando um preamplificador de Phono

Outro dia um cliente me perguntou qual é o processo para o teste de um preamplificador RIAA para toca-discos (phono preamplifier).
A resposta não é trivial e depende de algumas variáveis:
  1. Trata-se de novo projeto;
  2. É um teste de laboratório;
  3. Diversão entre amigos.
No primeiro caso o processo é o seguinte: determina-se o ganho geral entre os vários estágios do pré-amplificador. Escolhe-se uma topologia adequada para os circuitos. Define-se a rede de deênfase (RIAA, DECCA, NAB, etc) padrão para o pré. Calcula-se os pólos e zeros da rede de equalização (deênfase) escolhida. Monta-se o protótipo e com o auxílio de um gerador de áudio de precisão e um osciloscópio digital com função FFT (Transformada de Fourier em Tempo-real) e depois testa-se cada uma das frequencias do áudio: pelo menos 31 fatias do espectro de 20Hz a 20kHz.Adota-se o padrão de +/1dB de desvio na curva standard escolhida.

Para o segundo caso, montamos um setup constituído de um gerador padrão de precisão com frequências variáveis e vários formatos de onda na saída. Uma rede de preênfase (inverso da rede do pré em teste). Exemplo: se formos testar um pré com rede de equalização RIAA, deveremos intercalar uma rede RIAA inversa para simular uma gravação de vinil no nosso gerador de precisão. Um conjunto de osciloscópio digital e analisador de espectro (FFT) completam o setup. O restante é o trablho braçal de varrer as frequencias do espectro de áudio e checar a acuidade do circuito em teste em relação à curva padrão escolhida.

O terceiro caso é o motivo deste post.
O circuito abaixo é o que uso no dia-a-dia na minha produção de equipamentos para phono. Trata-se de uma montagem bem simples com várias entradas possíveis (CD-player, Gerador de áudio, etc) uma rede de preênfase tipo RIAA (RIAA reversa) com precisão melhor que 1% sobre a curva padrão, uma chave de by-pass que faz o som do CD-player (ou outra fonte qualquer) passar direto para o amplificador de saída, de preferência um amplificador de fones de ouvido para minimizar a influência do ambiente no resultado final, além de uma saída do tipo X-Y para ligar num osciloscópio qualquer (até osciloscóipos de software para PC serve, desde que tenha entrada para base de tempo externa (Y).
Ligando tudo, o que temos é o seguinte:
Uma fonte sonora única que passa direto para o amplificador de referência (fones de ouvido, por exemplo) ou que pode ser modificada pela rede RIAA reversa para simular um disco de vinil e depois aplicada ao pré-amplificador de fono em teste e devolvida para o conjunto, onde o ganho é ajustado para ficar idêntico ao sinal direto.
Desta forma podemos comparar o resultado do pré de fono com o sinal puro e além disso, podemos medir a distorção total através da figura de Lissajours que se forma no osciloscóipo quando ligamos a saída X-Y do circuito nas entradas respectivas do osciloscópio.
e a figura que se formar for um círculo perfeito, a distorção é zero. Quanto mais ovalada a figura, pior o resultado (lembre-se de ajustar os ganho para ficarem idêniticos - o sinal direto e o preênfasado-deenfasado-préamplificado).
Ainda poderemos ouvir o resultado trocando a chave de by-pass para ter uma avaliação auditiva objetiva do que está acontecendo em tempo real.

Para quem quiser montar num final de semana com a turma do áudio, segue o esquema e uma foto da minha unidade como sugestão.


www.amplificadores.com.br

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Sonda AC e Virtual Analyzer na rede elétrica.

Olá.
Já faz algum tempo que não publico por aqui.
Pura falta de tempo.
Espero corrigir esta falta para com meus leitores, voltando a publicar regularmente.

Esta semana recebi um e-mail de um cliente querendo saber o efeito que a rede elétrica tem sobre seus equipamentos.
Pensando sobre o assunto, resolvi escrever este pequeno tutorial de como fazer um sistema de monitoramento da rede.

Este cliente de Curitiba-PR, sofre com as mazelas da concessionária de energia do Paraná* que, para não investir em infraestrutura, aumenta a tensão da rede nos horários "na ponta" e volta com a tensão ao normal "fora da ponta", para usar o jargão dos picaretas...
Como ele mora relativamente perto de uma subestação, os efeitos ficam maximizados.
Resumindo:
A não ser que você possua um gerador à combustível fornecendo energia decente e regulada para seu sistema de áudio, não adianta gastar os tubos em condicionadores de energia, estabilizadores e filtros de linha.
Embora sejam de grande ajuda, a sujeira, a variação e os harmônicos que a concessionária joga na linha são tamanhos, que não há Santo que faça milagres...

Como não é posível eliminar a causa-raiz do problema por completo, só nos resta monitorar e descobrir quando é mais conveniente ligarmos nosso setup para ouvir algumas horas de boa música.

Para isso serão necessários alguns componentes de hardware e de software.
A idéia básica é a seguinte:
1. Montar uma sonda AC para ligar à rede elétrica.
2. Conectar esta sonda em um PC (netbook, laptop, desktop, etc, tablet, etc).
3. Rodar um software de osciloscópio que leia a entrada de MIC do computador.
4. Monitorar o oscilograma e,
5. Se possível usar a opção FFT (análise espectral em tempo-real) para determinar a amplitude dos harmônicos e transientes.
6. Com a observação sistemática poderemos avaliar os melhores horários e até verificar se a presença de um equipamento condicionador pode fazer alguma diferença.

A lista de componentes da sonda é:

1 resistor de carbono 1/4w de 10k Ohm
1 resistor de carbono 1/4w de 100 Ohms
1 potenciômetro linear simples de 1k5 ou 2k2 miniatura (pode ser um trimpot)
2 diodos zener de 1/2w de 5V1 (BZX79C5V1, por exemplo)
1 transformador 110/220(conforme sua rede) para 12Vac de 150mA ou 250mA.
1 plugue P2 macho estéreo (para conectar na entrada de MIC do seu PC).
1 rabicho de força com plugue para ligar na tomada.
1 caixinha de plástico para montar a sonda AC dentro.

O Software de análise (Virtual Analyzer-VA) pode ser baixado em:

Ligue seu ferro de solda, monte conforme o esquema abaixo.



Lembre-se de deixar o terminal RING (Right channel) do P2 sem conexão ou, se preferir, ligue junto com terminal TIP (Left channel).
Coloque tudo na caixa plástica.
Ligue o rabicho na tomada e, antes de ligar no PC, certifique-se de calibrar 1Vac com um multímetro em Volts AC, no plugue P2 entre o corpo e o terminal TIP (ou RING se vc tb ligou) através do potenciômetro de ajuste P1.
Após a calibração ligue o plugue P2 na entrada MIC do seu PC. Clique no ícone do VA.exe e selecione o modo oscilloscope. Vc deverá ver um sinal de 1Vpp com frequencia de 60Hz.
No módulo FFT verá uma raia em 60Hz e as interferências ao lado desta, se houverem.

Dica: No seu PC rodando o VA, lembre-se de desabilitar a entrada de microfone do console senão vc estará captando o ruído ambiente em conjunto com o sinal presente na entrada MIC, causando falsas leituras.

É isso aí.

* No Paraná e no Brasil inteiro. Lembrem-se disto (e do Mensalão) nas próximas eleições.


www.amplificadores.com.br

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Hi-end e os acessórios

De acordo com os unusuais designs de amplificadores projetados pelo mestre na arte, Sussumu Sakuma-sensei: dois triodos de aquecimento direto em classe A pura, sem feedback e com um belo transformador de acoplamento (preferencialemnte um TANGO de US$2.000,00) no meio e no máximo um canal, é mais que suficiente para impressionar qualquer ouvido.
Diga-se de passagem ele consegue encher auditórios no Japão e na Europa para ouvir suas preciosidades em apresentações pouco ortodoxas (uma caixa ALTEC + um driver de altas WE + um amplificador de 10w) no meio do palco onde deveria ficar a orquestra e, tudo isto, para um público ávido e acima de tudo, super-crítico.

Em parte, concordo com o mestre, porém não são todas as pessoas que podem dispor de U$25.000,00 num sistema mono de 10w e pelo menos 60m2 de área para acondicionar a parafernália!
Enquanto isto, vamos levando nossa vida de pobres mortais com o que temos à mão.

Com isto em mente, projetei 4 acessórios que podem elevar a performance dos produtos que fabrico à novos patamares. São eles:
  1. Transformador isolador toroidal de 100Va, 500Va e 1000Va. Servem para isolar magnética e eletrostaticamente a rede elétrica dos seus equipamentos de áudio, matando várias fontes potenciais de zumbidos e ruídos diversos.
  2. AFTB v2. Quando precisar queimar um novo cabo ou amplificador ou mesmo amaciar seus novos alto-falantes ou caixas, nada melhor que deixar um equipamento projetado para isto fazer o serviço ao invés de usar seus caríssimos equipamentos para tarefas menos nobres que sensibilizar seus ouvidos com boa música.
  3. HTB v2. O crossfeed passivo que, além de fazer o palco sonoro dos apreciadores de fones de ouvido mais natural e próximo da realidade, ainda permite ligar dois amplificadores à 3 fones independentes, ajustar as características de profundidade e impedância, o mute para cada fone individual e inversão de canal L/R para testes e comparativos de fones. Tudo isto numa pcb de 15cm x 5cm.
  4. As caixas tipo Makizou com falantes de 3" AR-1. Pequenas maravilhas full-range especialmente desenhadas para uso com amplificadores valvulados (que também surpreendem quando ligadas a bons designs de amplificadores de estado-sólido de baixas potências).
 
Em breve no website com valores e descritivos muito mais detalhados.
Fiquem atentos.
 
 
Divirtam-se!


www.amplificadores.com.br

sábado, 1 de setembro de 2012

Makizou 3" e os amplificadores valvulados

De vez em quando um cliente me pergunta sobre caixas acústicas.
"Qual usar, qual não usar, que modelo é melhor, qual a característica que devem ter para serem usadas com amplificadores valvulados, etc".

Devo admitir que sempre fui adepto do "quanto maior, melhor".
Achava minhas Infinity e JBLs de um metro e meio, mais que suficientes até a semana passada, quando o Aníbal da AR-Áudio me trouxe um par de caixas Makizou com um único alto-falante de 3" cada.

Quando liguei as pequenas caixas ao meu JUNO (2 x EL34 em PP classe AB e 30w/canal), quase caí de costas com o que eu ouvi!

Simplesmente impressionante!!!

As pequenas caixas preencheram os 32m2 da minha sala de audição com sobra. Deixaram meus monstros de 40kg "no chinelo".
Veja as fotos e o link do vídeo dos testes logo abaixo.




Usei um DVD-player para tocar os CDs e o laptop reproduzindo arquivos FLAC empurrando o JUNO diretamente, sem pré. Embaixo do JUNO está o Magnum IA-170 que usei de referência para comparar o desempenho com um ampli de estado sólido.
Lá atrás está o 47, meu amplificador SE classe A com triodos de aquecimento direto (e 4,5w/canal, que tb foram usados nestas impressionantes "caixinhas" e reproduziu vozes como eu nunca havia ouvido antes...).
O microfone de calibração é o ECM8000 Behringer com a minha Phantom Power.
Ligado ao laptop o mic mandava diretamente para o SW de calibração AnalyzerProf, responsável pelo RTA (real time analisis) mostrando o espectro com a FFT (transformada de Fourier) em tempo-real, como podemos observar no vídeo.
Com ruído-branco, notamos um pequeno realce de +4dB em torno dos 230Hz (que foi rapidamente acertado com um LC de 100uF+1,7mH).

Após o choque seguido da euforia, sentei para apreciar o que ouvia e aproveitei para trocar algumas idéias com o CEO da AR Audio.
Além da AR Áudio, o Aníbal é o engenheiro-projetista chefe de um grande fabricante nacional de alto-falantes e me contou que 50% do que me impressionava provinha dos falantes de 3" que ele projetara especificamente para este uso.
Eles foram fabricados sob-medida para que esta caixa Makizou fosse excitada por um amp valvulado.
O conjunto magnético, a bitola dos fios e a suspensão foram ajustados para a máxima eficiência em baixas potências, lembrando o desempenho dos velhos drivers de ALNICO, á exceção da banda-passante que, neste caso, é bastante extensa.

Estou com dois pares para testes. Se tudo correr conforme o esperado, a LPJ audio e a AR Áudio estarão trabalhando em conjunto para oferecer aos clientes as caixas Makizou 3" modelo AR-1 com estes drivers fabricados em O&M exclusivamente para nós.

Abaixo uma prévia do que está na minha bancada.


Uma delas folheada parcialmente com jequitibá e a segunda em fase de acabamento e preenchimento das frestas para receber as folhas do revestimento.






www.amplificadores.com.br

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Irã x EUA e as válvulas

O que temos em comum nos itens citados no título?

Á primeira vista pode parecer confuso e não haver relação alguma, mas recebi uma notícia de um amigo por estes dias que me fez pensar no assunto.

Os EUA estão investindo pesado no desenvolvimento dos DRONES (as aeronaves de espionagem sem piloto, controladas remotamente). Em 2010 foram US$5 bilhões, em 2012 o orçamento prevê US$11 bilhões!

O modelo mais avançado (em operação) é o RQ170:


Equipado com o que há de mais novo e revolucionário no mundo da microeletrônica. Full solid-state!
Olhem só que maravilha em termos de design e tecnologia de ponta!!! Tecnologia stealth, motores à jato com camuflagem de IR, revestimento anti-radar e por aí a fora.

Pois é. O Irã derrubou um destes, ou melhor, obrigou um DRONE destes a pousar intacto.
Como?!?
Eu explico.
Deêm uma boa olhada neste caminhão fora de moda, horroroso, pintado de verde-oliva e sem apelo estético ou tecnológico algum:


Pois é, este cara aí é um AVTOBAZA russso.
O Irã tem alguns espalhados por lá, principalmente nas fronteiras por onde passam os DRONES estadunidenses.
Este trambolho verde-oliva tem um gerador diesel de alguns megawatts e uma maravilhosa válvula eletrônica bem no seu coração.
Sim, ele tem um magnetron de algumas centenas de milhares de watts, capaz de gerar de forma totalmente confiável e à prova de contra-medidas (EMP, vento-solar, explosão atômica, etc) um feixe de microondas direcional, capaz de por a baixo qualquer parafernalha de estado-sólido embarcada em aeronaves!
Não é lindo ver as boas e velhas válvulas na ativa!?!

Viva o hollow-state!


PS.: Uma válvula desta num amplificador bem refrigerado, empurra um show do Iron Maiden no Maracanã sozinha!



www.amplificadores.com.br

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Isolando os problemas num amplificador valvulado - parte 1

Tentarei neste post dar algumas dicas de como isolar problemas e resolvê-los, ou ao menos endereçá-los.

Vários amigos me perguntam sobre o que acontece com seus equipamentos e sistemas. Telefonemas fora de hora que me digno a responder em função do desespero do cara do outro lado da linha...
Dizem que estava tudo em ordem e de repente tudo mudou!

Vamos lá.
Em todo e qualquer sistema, seja ele elétrico, mecânico, hidráulico, pneumático, etc existem alguns tipos de falhas que são comuns, lógico que cada uma do seu jeito e com suas particularidades, mas que têm uma certa "equivalência" entre si.

Podemos dividir os problemas em duas grandes categorias:
1) Falhas crônicas (anunciadas, desgaste, fadiga, e afins). Geralmente estão relacionadas com projetos deficientes ou componentes mal construídos ou mal dimensionados para o sistema em questão.
2) Falhas repentinas. Geralmente ocasionadas por fatores externos ao seu sistema. Por exemplo: raios atmosféricos, quebras mecânicas por acidentes, variações súbitas no fornecimento das operadoras de utilidades (água, energia, gás, etc), entre outros.

O primeiro passo para a resolução de um problema é tentar isolar a sua causa-raiz.
Para isto é importante que não se introduzam variáveis demais durante os testes de modo que os efeitos não mascarem uns aos outros e o problema acabe sumindo sem deixar vestígios (e geralmente voltam ... a não ser que os sistema em questão seja um VW Fusca...onde os defeitos aparecem e somem sem deixar vestígios e sem deixar você na mão! Eu não sou fã do cara, aliás acho que ele exagerou e teve o que mereceu, mas quando ele encomendou o Fusca ao Ferdinand Porshe, ele deu uma dentro!)

O segundo passo é ter um bloco de notas para anotar o passo-a-passo dos testes e suas conclusões. Se não fizer isto, se verá repentindo coisas que já fez ou ignorando itens importantes nos testes.

O terceiro passo é não permitir que variáveis externas se somem ao defeito manifestado, para tanto certifique-se de usar as ferramentas corretas, cabos em ótimo estado, utilidades 100% (água, gás, energia, etc). Trabalhe em local iluminado e arejado. Se você for homem, peça para ninguém interromper ou ficar conversando contigo durante a operação. Se for mulher, ignore esta dica, vocês têm a capacidade de lidar com muitas variáveis ao mesmo tempo, nós não. Respeitem nossa limitação, ficando em silêncio.

Com todo o circo armado, coloque o objeto da sua insônia diante de você e analise (melhor com o esquema aberto, se tiver) se vale a pena, em função da complexidade do equipamento, fazer a checagem de pontos da entrada para a saída ou vice-versa.

Ajuda muito se você fizer um diagrama em blocos isolando as funções principais.
Por exemplo: um receiver.
O receiver, via de regra, tem os conectores de entrada, o circuito de chaveamento destas entradas, o pré com o controle de volume, os circuitos de efeitos (tone, bass, mid, loudness, equalizer, etc), geralmente um loop de saída/entrada neste ponto, os pré-drivers, os drivers e o estágio de potência. Para tudo isto mencionado anteriormente, existe uma fonte com múltiplas saídas. A fonte também pode ser desmembrada em blocos: circuitos AC de entrada e proteção (cabo de força, conector de força, varistores, fusíveis, chave seletora de tensão AC, etc), transformador(es), retificadores e finalmente os reguladores.

Uma vez desenhados estes blocos e como eles se relacionam (diagrama unifilar), você pode começar a testá-los individualmente, da forma como falei IN to OUT ou OUT to IN.
Para tanto, injete um sinal conhecido e vá acompanhando a evolução deste sinal em cada estágio. Um após o outro, checando o efeito dos controles sobre este sinal até achar o ponto errático.
Eu geralmente uso o esquema IN to OUT (para sistemas eletro-eletrônicos de áudio) e a primeira coisa que faço é checar a fonte de aliementação. Com tudo checado e OK, coloco as entradas em curto para garantir zero ruído (faço isto com um jogo de RCAs curto-circuitados).
Depois vou injetando um sinal conhecido e acompahnando o mesmo, circuito a dentro, até a saída.
Via de regra, quando seguimos estes passos, os defeitos são rapidamente identificados e endereçados (consertados ou ao menos podemos avisar para quem vai mexer no equipamento, quais as nossas conclusões. Isto sempre ajuda).


Mais algumas dicas "de ouro":
1) Um defeito intermitente acontece com qualquer fonte de sinal que usemos ou com qualquer sistema posterior. Se o defeito começar a depender da fonte de sinal ou do sistema posterior, comece a desconfiar do problema. Grandes são as chances do defeito estar na fonte de sinal e/ou no sistema posterior e não no objeto da sua insônia.
2) Leve o equipamento para outro ambiente (a casa de um amigo ou conhecido) e refaça os testes. Se o problema só acontece na sua residência, chame um exorcista ou encomende uma sessão de descarrego.
3) Problemas em programas de computador (que rodam nos microcontroladores e CPUs de equipamentos) não aparecem do nada. Ou já existiam, ou o programa mudou, de alguma forma.


Reflexões:
"Tudo quanto é projetista deveria trabalhar pelo menos uns 10 anos com manutenção antes de começar a projetar qualquer coisa!"
Luciano Peccerini Junior


Nos meus tempos de manutenção industrial na BOSCH, "pastei" muito com máquinas projetadas por dentistas...Nada contra a categoria, desde que se atenham a cuidar de dentes e bocas...
Quantas máquinas não tive que desmontar metade do arcabouço para alcançar um tiristor mal posicionado. Pior que trocar a lâmpada do farol dianteiro esquerdo do C3 da Citroën! Se ficou curioso, pergunte para quem tem um...

Para quem quiser se aprofundar no assunto, fica a dica de um curso que fiz lá pelos idos dos 90´s:

Pois é, meus caros, quando vocês pegam o telefone e me perguntam porque algo deu errado, os questionamentos que faço do outro lado têm um motivo real, são perguntas objetivas e estruturadas. Geralmente estou com um bloco de notas escrevendo tudo para que possa melhorar sempre e, quando me deparar com o mesmo defeito, tenha tudo esclarecido, passo-a-passo.


Grande abraço.

PS.: No próximo post um exemplo prático.


www.amplificadores.com.br

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dummy-load e Wattimetro para áudio - final

Depois de construída sua dummy-load com o bloco cimentício e o fio de Ni-Cr, chegou a hora de ligar tudo para torná-la utilizável e prática.

Lembrando: Potência[w] = (Tensão na carga[v] elevada ao quadrado) dividida pelo valor da resistência[Ohm], de onde esta medição de tensão foi tomada.

Ou,

P=U^2/R

Lembre-se de usar um voltímetro True RMS na escala de Volts AC e com uma frequencia fixa de 1Khz ou menos (400Hz tb é padrão) injetada no amplificador em teste, para que o fator de forma não seja o responsável pela distorção dos valores de tensão lidos.
Pode-se usar também um bom e velho voltímetro AC para áudio com entradas valvuladas de 20MOhm e escalas em Volts e dbm, desde que bem calibrado e em boas condições...como os meus TRIO (dual channel e que custou R$50,00 na Sta Ifigênia) e o LEADER, que ganhei de brinde numa compra de outro equipamento de segunda mão...

Voltando.
Eis o esquema final:

A lista de materiais (B.O.M.):


Bom, a parte mais delicada do processo é a construção da escala do wattímetro.
Vamos usar um miliamperímetro como base da montagem. O meu é de 100mA, mas vale qualquer miliamperímetro DC que vc tiver em mãos.
Na verdade, o primeiro que construí foi usando um galvanômetro de um multímetro analógico chinês que havia explodido na minha cara (o galvanômetro foi a única coisa que sobrou sem torrar...)
Como fazer.
Desmonte o frontal e retire a placa de alumínio com a escala graduada.
Digitalize a imagem da escala.
Abra esta imagem no MS-Paint (por exemplo) e apague todos os números.
Deixe os traços.
Imprima uma nova escala só com os traços em papel comum, agora com a numeração apagada, e ajuste a proporção na opção "visualizar impressão" para que fique exatamente do tamanho original.
Monte a nova escala cobrindo a escala anterior ou vire do avesso a placa de alumínio com a escala anterior e cole pelo lado de trás. Use cola em bastão. Fica mais fácil de descolar e limpar tudo se tiver que refazer o serviço.
Não monte o visor, você precisará riscar os valores na medida que fizer a calibração.
Feche todas as portas e certifique-se que não existam correntes de ar. O ponteiro do galvanômetro pode dar trabalho de passar um furacão pela sala.

Com tudo conectado, ligue seu Multímetro True RMS (ou o voltímetro AC de áudio) nos pontos TP1 e TP2 do esquema.
Ligue seu amplificador de testes na carga RL1, por exemplo.
Usando a fórmula lá de cima e o multímetro ligado em TP1/TP2, ajuste o volume do seu amplificador para que o multímetro apresente uma leitura de 2,83vac.
Marque 1w no galvanômetro, riscando com uma lapiseira bem fina, a posição do ponteiro defletido no galvanômetro.
Volte no volume e ajuste a tensão em TP1 e 2 para 4vac. Marque 2w.
Ajuste 4,9Vac. Marque 3w
E assim por diante, conforme a tabela abaixo.


Caso não tenha um amplificador para ajustar com  a potência nominal do fundo de escala do watímetro escolhida por você, improvise usando um Variac ou lâmpadas em série com a carga de forma a ajustar a corrente que circula pelo circuito. Não ficará uma "Mercedes" mas dá pra ter uma idéia do que rola com seus projetos de amplificadores.
Caso precise fazer uma medida precisa, use a fórmula, o multímetro True RMS ligado em TP1 e TP2 e uma calculadora...HP de preferência...

As imagens:

Painel frontal com controles e conexões P10, além dos test-ponits TP1 e TP2.

Painel traseiro com as conexões banana das cargas e um conjunto banana-P10 para uso em 16 ohms (que não é muito usual, por isto resolvi colocar no painel traseiro).

Note a fiação posicionada longe das cargas para evitar o aquecimento.

Detalhe da montagem interna.

Em uso à plena carga e "torrando" 280w do amplificador em teste...
É isto aí.
Você agora tem uma uma carga de 4 Ohms ( 2 x 8 em paralelo), duas de 8 Ohms individuais ou uma de 16 Ohms (2 x 8 em série) para testar seus projetos. De quebra terá a indicação da potência que passa na carga e um monitor para ligar um pequeno alto-falante par ter noção do som que está sendo reproduzido e está sendo dissipado na carga.

Se bem que, dependendo da potência usada no teste, o fio Ni-Cr cantará conforme a música. É o efeito térmico de contração-expansão fazendo com que o ar se mova e reproduzindo o som.

Bom divertimento!




http://www.amplificadores.com.br/




segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Infinity Kappa 6.1 - Polydome volta à vida

Há um tempo atrás, comprei de um colega um par de caixas infinity Kappa 6.1


Foi uma daquelas compras que valem cada centavo, ainda mais se eu contar que paguei 1/10 do que valiam pois meu colega comprou um novo conjunto Infinity "up to date" para fazer jus ao seu Onkyo oito sete alguma coisa, com wi-fi, internet, servidor de mídia, HDMI de última geração, HD full, e tudo mais o que a grana pode comprar para enfeitar uma sala ... e não tinha o que fazer com os "monstros de 30kg cada", além de vendê-las.

Trouxe pra casa sem nem pestanejar.

Instalei na minha sala de HT e após alguns testes e auto-calibração do meu receiver, notei que o domo fenólico do Infinity Polydome estava trincado.

Mais que isso:
Caixas gringas dificilmente vêm climatizadas.
País tropical; SP onde as 4 estações do ano acontecem num dia; transporte & instalação, resumindo: um dos drivers de médios foi pro saco...

Bem, depois de constatado o estrago, comecei a procurar no "São Gugol" o que fazer.
Achei alguns posts gringos dizendo pra jogar tudo fora e comprar um driver novo na Parts Express (que não vende pro Brasil) ...

Pros caras é fácil. Quero ver morando por aqui, o que fazer!

Vasculhei no HT Fórum e encontrei alguns companheiros relatando experiências com os Selenium D200 e D250 sem a garganta, ou seja, pegaram o driver e meteram a serra na tampa expondo o domo.
De acordo com os caras, o resultado ficou bem legal!

...como diz a minha esposa:
" O que é um flato para quem já está todo evacuado"...

Anyways (sic), como eles dizem lá.
Resolvi refazer o domo do meu Infinity Polydome com um reparo fenólico nacional dos Selenium 300 (que serviram perfeitamente no diâmetro e curvatura),  = dos Snake 3057.
Fui até a Sta Ifigênia munido de 10 paus (11 na verdade, pois comprei a malha de Cu para conexão, além do reparo) e voltei pra casa gastar os meus 28 minutos disponíveis no Sábado antes do almoço.

Abaixo a sequencia de fotos que falam por si.


Driver Polydome Infinity e chave Allen 4mm, que será usada para desmontá-lo.


Domo e conjunto magnético separados.


Anel de vedação retirado para expor a colagem do frame ao domo.


Frame e domo separados.


Retirada do domo danificado. Soltando a malha de conexão da bobina original.


Tudo separado. Limpeza da bobina para ser guardada, caso o reparo não funcionasse à contento. Seria só colar a bobina original na peça fenólica alternativa e ver no que dava.


Limpeza OK.


Domo do reparo SK-3057 com sua fiação original (amarela). Trocada pela malha de 0,8mm, mais flexível e fina para que pudesse ser acomodada nos sulcos do frame original.


Marcação do + e -. IMPORTANTE! Para manter tudo em fase.


Colagem do domo no frame. Reparem no becker fazendo o papel de prensa. O diâmetro da boca do meu becker de 250ml era exatamente da medida que precisava. Após ser apoiado, coloquei uma lata de tinta de 1/4 para fazer peso no conjunto. Ficou secando por uns 10 minutos. Usei cola de contato para alto-falantes


Soldagem da malha nos contatos originais do conjunto magnético Infinity.


Colagem do anel de vedação na posição original.


Voilà! Domo pronto com tudo de volta no lugar.


O resultado?

Para mim, ficou perfeito.
R$11,00 gastos, 28 minutos de diversão e aprendizagem = várias horas de prazer ouvindo música!



http://www.amplificadores.com.br/