quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Vácuo comprometido

Meus caros,

Abaixo algumas fotos autoexplicativas do que acontece quando entortamos uma válvula em seu soquete.
A trinca:

...e o vácuo foi pro espaço...



Com o Oxigênio na parada, o getter fica esbranquiçado. Notem que na válvula ao lado, o getter está OK.

Eu que vivo alertando meus clientes sobre os cuidados que devem ser tomados, acabei confiando demais na prática...

Olha no que deu.


Ainda bem que não eram minhas Müllards!


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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Simulador de saídas balanceadas - Final

Abaixo o simulador em ação:



Como vocês podem observar na foto, do lado esquerdo para o direito temos: a tomada de 3 pinos IEC para a rede (127Vac), o fusível (1A), a chave ON/OFF e o led de indicação de alimentação.


Em seguida os dois conectores de entrada selecionáveis (RCA e BNC-conectado ao meu gerador de áudio de precisão Anritsu 603) e a chave de três posições, sendo que a posição central desconecta a entrada fazendo a função MUTE (sem sinal).


No centro e à direita vemos os dois conectores Cannon fêmea e macho (o que está sendo usado) ligados em paralelo internamente visto que, apesar da norma existente EIA Standard RS-297-A, apenas alguns fabricantes a seguem.


E finalizando, temos um cabo com um Cannon macho de um lado e uma fêmea do outro, possibilitando ligar qualquer equipamento, da norma ou não.


Abaixo o esquema para quem quiser se aventurar.



Faça o download do diagrama esquemático em: http://www.amplificadores.com.br/Index_arquivos/Page435.htm


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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Simulador de saídas balanceadas - parte 1

Como vocês devem estar acompanhando no meu website, twitter e blogs, projetei uma placa adicional para ser utilizada em conjunto com o G4 e com o V2 de modo a permitir a conexão com dispositivos que possuam saídas balanceadas tipo XLR de 3 pinos (Cannon).




É o LPJ XLR Pro v2.




Para testar os G4s e V2s com esta nova funcionalidade acabei projetando também um pequeno gerador de saídas balanceadas para conectar em qualquer fonte de áudio, seja gerador de funções ou dispositivo de música (CD, DVD, mp3, etc).
Você pega um sinal de áudio qualquer (Single-ended) e transforma em balanceado (BAL). Pode ser um RCA vindo de quelquer fonte sonora ou o BNC vindo do gerador de funções.
O sinal é tratado e as impedâncias das linhas (+) e (-) são equalizadas em relação ao comum (GND), transformando este sinal em saída balanceada, que pode ser usada para testar qualquer equipamento que possua este tipo de conexão na entrada.
No próximo post publicarei o esquema do circuito utilizado e uma foto do equipamento de testes que montei.
Espero que sja de alguma serventia para o pessoal DIYers.
Grande abraço.




segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Conectores e válvulas. Fazer ou não um upgrade?

Um cliente me mandou hoje as fotos dos conectores que comprou para fazer um upgrade nos terminais de seu V2-SE. Muito bem acabados, por sinal.
Além disto, me perguntou se valeria a pena trocar as válvulas que normalmente utilizo por outras.
Como estas são dúvidas que ouço com uma certa frequência, resolvi reproduzir abaixo, o mail da resposta que enviei.

Espero que ajude a todos os buscadores do áudio perfeito.

Divirtam-se!


"Olá B.

Visualmente os conectores são muito bonitos. Acho que valerá a pena fazer a troca do ponto de vista estético, sem dúvidas. Eu uso os conectores torneados com flash de Ouro. Se estes forem dourados (pelo processo galvânico) a camada é bem maior e mais resisitente às trocas frequentes de cabos e, se este for seu caso, aí valerá a pena.

Do ponto de vista elétrico não existe diferença mensurável no resultado final (para a faixa de áudio 10Hz a 20kHz) entre os materiais normalmente utilizados para as conexões. Lembre-se que o efeito Peltier-Seebeck sempre aparece na junção de dois metais diferentes quando submentidos à uma corrente elétrica. Portanto, quanto menos ligas e materiais uns sobre os outros, menores as chances de produzirmos ruídos (térmico, de contato, oxidações etc).

Nos meus equipamentos de uso particular, sigo as dicas do Mr. Bruce Rozenblit: RCAs e Binding-posts de latão (brass) com a maior bitola possível. Só isto.
É na bitola, na espessura dos metais e na pressão de contato que ganhamos alguma coisa, e não nas caríssimas ligas de Ródio, Platina e Ouro que, do ponto de vista elétrico são praticamente idênticas ao Estanho, Chumbo e Cobre que estão aos montes espalhados pelo circuito do seu equipamento logo atrás dos caros conectores de Ouro.

Isto me lembra outra situação. Um cliente precisava do JUNO para seu estúdio. Urgente.
Ele deveria entregar um trabalho e dependia do equipamento para a execução da terefa. De cara, contra a minha filosofia de trabalho, comecei a correr para entregar o equipamento. Perto do final me disse que queria Binding-posts com acabamento de ouro. Só que para importá-los levo mais um menos 15 dias quando vêm dos EUA e uns 35 dias quando vêm da Ásia. O equipamento já estava pronto e ele forçando a barra para a entrega.

Levei para ele com os conectores padrão. Ele não aceitou o equipamento e acabou comprando um estado sólido para fazer o serviço. Tudo por conta de uma conexão dourada.
Veja bem;
- Logo antes destes conectores que ele queria de liga "Pt-Rh-Au criogenizado e cristalizado no hiper-espaço", temos 4 kg do bom e velho cobre esmaltado* (e cheio de oxigênio...) no transformador de saída!
E isto é para qualquer amp valvulado com transformador de saída. Dos Conrad-Johnson(s) aos Audio Note(s).

Tudo é uma questão de ponderação.

Já as suas válvulas são SOVTEK. Das várias marcas que utilizo, as SOVTEK são as que têm as especificações mais próximas umas das outras. Do ponto de vista auditivo, você não notará uma diferença que compense investir US$80,00/válvula para comprar uma Müllard NOS, por exemplo, ou uma Telefunken Gold Pin, mais cara ainda.

Se quiser fazer a experiência, é sempre válido e, de repente, você pode achar um trio fabricado na Quarta-feira**, que pode render boas surpresas.

É isto.

Estou aqui para ajudá-lo no que você quiser fazer. É só avisar.

Grande abraço.

Atenciosamente,

* 4kg de cobre representa mais ou menos uns 200m de fio esmaltado e cheio de oxigênio e outros gases adsorvidos! Sim, adsorvidos aos montes.
** Na Segunda o peão está cansado da farra do Domingo. Na Terça, está começando a entrar no ritmo. Na Quarta não tem jeito: tem que trabalhar! A Quinta é véspera da Sexta, logo é dia de diminuir o ritmo. Sexta é Sexta, dia de festa. Portanto quando acho algo bem feito, digo que é um produto de Quarta-feira.




segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Dicas simples para os "Tube-heads"

Meus caros,

As válvulas eletrônicas, grosso-modo, são lâmpadas com alguns elementos lá dentro além do filamento que acende.
Ok.
É mais complexo que isto, mas para o que vou dizer à seguir, a analogia é válida 100%.

Um cliente me ligou preocupado com o comportamento das suas válvulas.
Passei algumas dicas que reproduzo abaixo e que servem para todos. Os "Tube-heads" mais experientes podem pular esta parte...
Vamos lá:
  1. Limpe suas válvulas regularmente para mantê-las sem poeira ou marcas de dedos e outros agentes químicos sobre o vidro. O gradiente térmico variando abruptamente em regiões adjacentes no vidro faz com que apareçam tensões superficiais capazes de trincá-las, como as lâmpadas halógenas dos faróis dos carros. Use pano limpo, seco e de algodão, de preferência.
  2. Nunca force a valvula inserida em seu soquete, lateralmente. Isto pode forçar os pinos da base e trincar o slug que se forma em torno dos pinos, provocando a entrada de ar no bulbo que deveria estar evacuado completamente (vácuo perfeito).
  3. Quando a válvula estiver quente, nunca toque a superfície do vidro sob pena de ocorrer o descrito em 1). Ao desligar seu equipamento, espere esfriar para manipulá-las.
  4. Quanto ao visual. Observe que os elementos internos devem estar alinhados e "no prumo" entre eles. Hastes tortas, grades faltando pedaços ou desalinhadas denotam excessos a que estas válvulas foram submentidas.
  5. Elementos internos soltos e fazendo barulho dentro do bulbo também são sinais de problemas, salvo raras exceções, onde o material não tem a ver com metal stripping ou elementos soltos após uso abusivo.
  6. O filamento deve se acender uniformemente e ficar de cor alaranjada para as válvulas de filamento à base de ligas de bário (a grande maioria das pequenas e médias válvulas). As válvulas de aquecimento direto (onde o filamento e o cátodo são o mesmo elemento, por exemplo as 2A3, 6B4G, 47, etc) podem apresentar pequenas variações da coloração ao longo do filamento visível. As grandes válvulas de filamento de tungstênio toriado se acendem como lâmpadas emitindo luz branca ou amarela intensa. Exemplos: 211, 811, 845, 4CX10000. O melhor ambiente para observar isto é uma sala escura, de preferência à noite. Em algumas válvulas pequenas só é possível observar o filamento olhando-se por cima do bulbo, onde é possível identificar o filamento brilhando dentro de um pequeno tubo metálico (cátodo), ou prestando-se muita atenção na base da válvula onde vemos o brilho refletido internamente.
  7. Algumas válvulas podem apresentar um brilho azulado pelo lado de dentro do bulbo. Isto é normal para as válvulas de feixe-dirigido (onde se forma uma mini-aurora-boreal azul - normal nas 6L6, EL34, KT88, etc). Para outras válvulas, onde isto denota uma falha, esta névoa azulada vem acompanhada de cliques e estalidos. Fique atento. Isto é sinal de grades problemas!
  8. Válvulas de potência, principalente os beam-tetrodes, pentodes e grandes triodos de transmissão, quando ficam com as estruturas internas avermelhadas, é sinal de que falta polarização correta de algum elemento: grade, screen, placa, etc. Isto também é problema, e dos grandes!
  9. Getter. A maioria das válvulas (não todas!) possuem o getter visível. Também é visível o espelhamento produzido por ele na queima, em uma das faces do bulbo. É uma camada escura e espelhada interna, como se fosse um chamuscada de alguma coisa pulverizada pelo lado de dentro. Sua cor deve ser escura (cinza, prata ou marrom) e uniforme. Se a válvula perde o seu vácuo, o getter começa a se tornar esbranquiçado. Com o passar do tempo torna-se uma película totalmente branca e que pode até começar a se desprender do vidro em pequenas lâminas e despencar para dentro da válvula.
  10. Aprenda a identificar os diversos elementos internos pela observação. Você com o tempo, aprenderá a chutar que válvula é (ou pelo menos ao quê se aplica, de maneira genérica) só de olhá-la. Saberá identificar uma retificadora, um triodo simples, um duplo, um pentodo, uma válvula multi-elementos (triodo-diodo, diodo-pentodo, etc), tetrodo, pentodo de raio dirigido (beam-pentode), damper, uma multi-grid, etc.
  11. Na dúvida se sua válvula está OK ou não, mande-me uma fotografia em boa resolução com a opção MACRO da sua câmera acionada. Faça a foto sob iluminação solar indireta, de forma que a fonte de luz não fique refletida no bulbo de vidro. Em última instância, embale a válvula e envie pelo Correio. Em nosso laboratório possuímos alguns Valve-Testers calibrados capazes de identificar 99,9% dos problemas, inclusive os invisíveis.
  12. E por último. As válvulas bem tratadas funcionam perfeitamente por décadas! na verdade, até quando mal-tratadas, algumas continuam a dar o seu melhor...por esta e por muitas outras é que eu amo as válvulas!
Abraços!
Luciano



terça-feira, 26 de outubro de 2010

211!!!!

Chegaram as minhas, tão esperadas, 211.


O primeiro passo é fazer a fonte de alimentação.
1000Vdc de ânodo vão dar um pouco de trabalho, espero que a "turma do trafo" faça a minha receita direitinho, senão vai pular faísca pra todo lado!


Assim que a fonte ficar pronta começa a brincadeira de verdade.


Acompanhem a saga neste blog.


Grande abraço.


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domingo, 24 de outubro de 2010

Fonte de Bancada Valvulada 3

Meus caros,


Entre "tapas e beijos", finalizei a fonte de bancada valvulada baseada no design do Mr. Rozenblit, publicado na revista Glass Audio em 1990.
Foram várias modificações para adaptá-la aos transformadores e demais componentes que tinha disponíveis.
Algumas correções e adaptações para que os instrumentos de painel tivessem seus spans acertados e a colocação de alguns pontos de ajuste que faltavam no projeto original.


Agora sim. Temos uma fonte funcional com as seguintes características:
  • Saída em duas faixas: 150-300Vdc e 300-600Vdc.
  • Corrente em 4 ranges: 3mA, 15mA, 30mA e 150mA.
  • Proteção de curto-circuito e sobre-corrente em função da escala selecionada.
  • Botão de desarme da saída para evitar a destruição dos circuitos ligados à ela.
  • Botão de rearme na mesma botoeira.
  • Várias indicações luminosas para facilitar a operação.
  • Fonte de -BIAS independente
  • 3 escalas selecionáveis de -BIAS: -3, -30 e -90Vdc.
Em breve publicarei no website http://www.amplificadores.com.br/Index_arquivos/Page435.htm, na página de downloads, todos os detalhes para aqueles que queiram se aventurar e encarar o desafio.
Esquema corrigido e atualizado, bem como o diagrama bifilar usando como plataforma as placas de ilhóses tipo Fender 50´s, comentada em post anterior.

Grande abraço.

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Cápsulas para toca-discos: MM x MC

MC or MM?
As escolhas que os novatos no mundo do vinil têm de fazer são inúmeras.
Por exemplo, para seu primeiro toca-discos você escolheria um tipo belt-drive ou direct-drive, ou ainda um com acionamento acoplado por roldana. Como deveria ser o prato? Sólido com uma grande massa ou mais leve e suspenso. Além destas escolhas básicas sobre o modo de construção mecânica do equipamento, os novatos ainda têm que decidir sobre os braços, cápsulas, agulhas, pivôs, acionamentos etc. Para as cápsulas, seria uma MM com altos níveis de sinal na saída ou uma tipo MC com sinais bem menores? Esta é a questão maior entre os diversos fabricantes e top designers. Não resta saída ao novato confuso senão perguntar a alguma autoridade no assunto entre seus amigos e contatos nos diversos fora pela Internet, alguém que tenha um pouco mais de experiência girando discos há mais tempo. Outros ainda escolhem seu set de acordo com seu budget e pelos reviews de revistas especializadas.
Um pouco de conhecimento técnico sempre ajuda na hora de tomar as decisões. Devido ao curto espaço, focaremos na escolha entre os tipos de cápsulas, limitando nossa discussão aos tipos MM e MC.

Para os iniciantes as cápsulas MM são a escolha óbvia. O termo MM (moving magnet) se refere ao método usado para regenerar a música gravada nos sulcos do disco de vinil. Funciona assim: Um pequeno e poderoso ímã (hoje em dia, terras-raras) acoplado à uma alavanca terminada em uma agulha de diamante, que na verdade percorre os sulcos do disco, traduz o movimento radial e axial da alavanca em variações do fluxo magnético dentro de um arranjo geométrico de bobinas captadoras feitas com fios extremamente finos. Como explicado este movimento do ímã gera um pequeno sinal elétrico que então é levado à entrada especial (equalizada de acordo com o padrão de gravação, geralmente o RIAA) do circuito pré-amplificador de Phono, de modo que este sinal possa ser amplificado até níveis compatíveis com os circuitos amplificadores padrão (em torno de 2Vpp). Uma saída típica de cápsulas MM é em torno de 5mV (0,005V!). Posto isto, dizemos que o sinal da cápsula é ligado diretamente à entrada do circuito de pré-amplificação de Phono. Estas cápsulas são relativamente robustas (mecânica e eletricamente), sendo então as indicadas para uso pelos novatos.

As cápsulas MC usam um sistema motor muito similar às MM exceto que no caso das MC, o ímã é fixo internamente e quem se move acoplado à alavanca que porta a agulha são as bobinas axiais e radiais, acompanhando os sulcos do disco através da movimentação da agulha (stylus). As bobinas presas à alavanca possuem poucas voltas de fios, tornando o conjunto mecânico muito mais leve e delicado, permitindo a movimentação com praticamente nenhuma inércia, reduzindo a impedância total e a indutância (relutância intrínseca). Estes fatores propiciam uma resposta em freqüências (BW) muito maior e uma resolução às pequenas variações dos sulcos que trazem informações de baixo nível incrivelmente aumentadas. Isto faz das cápsulas MC tecnicamente superiores às cápsulas MM, porém toda esta tecnologia tem seu preço e suas desvantagens tornando-as pouco utilizadas. O principal problema é o seu custo de produção (e conseqüentemente o custo final ao consumidor). Não se restringindo somente ao custo da cápsula, temos o custo total dos demais subsistemas, incluindo os pré-amplificadores, transformadores elevadores e demais circuitos associados, pois a saída típica de uma cápsula MC é de aproximadamente 0,2mV (0,00002V!), ou seja, em torno de 25 vezes menor que o sinal gerado por uma cápsula MM. Isto requer estágios extras de amplificação ou delicados e caros transformadores step-up (elevadores) com laminação de ferro-níquel (Permalloy). Caso seja usado um sistema externo ao TD, soma-se ainda o custo de um par de cabos de boa qualidade para levar os fracos sinais até o conjunto pré-amplificador. A cápsula MC mais barata do mercado é muitas vezes superior ao custo de uma cápsula MM mediana ou até mesmo top de linha, dependendo do fabricante. Dificilmente encontramos cápsulas MM custando acima dos U$1.000,00, porém achamos facilmente cápsulas MC começando a partir dos U$10.000,00!
Além do fator custo, temos o problema da fragilidade das cápsulas MC em relação às suas primas MM, este fato é o responsável pelas MM reinarem absolutas no universo dos DJs e demais profissionais da área. Elas agüentam bravamente todos os abusos da utilização doméstica no dia-a-dia, seja com o uso de discos em condições duvidosas, seja na bancada de scratch de uma balada de 24 horas.

Para as pessoas que estão começando a colocar seus discos de vinil a girar, a melhor escolha, sem dúvidas, é um sistema com cápsulas MM. Se for corretamente configurado, não será perdido nada em termos musicais de performance sonora e divertimento propiciado. Comparando com um sistema de cápsulas MC, poderemos notar a queda de resolução de baixo-nível, que praticamente é imperceptível para os usuários medianos (excetuando-se os golden-ears que são 1 em cada 2.0000.000 de humanos). Levando-se em conta que um sistema MC mal dimensionado pode soar horroroso e muitas vezes mais pobre que um sistema mediano MM bem dimensionado, concluímos que a altíssima definição das cápsulas MC pode ser um fator que age contra ela.
Em minha opinião, estou muito feliz com um sistema MM relativamente barato. È perfeitamente possível conseguir um som bem satisfatório com o uso de uma correta combinação de cápsula MM, braço e TD medianos. Tente usar uma caríssima cápsula MC com um braço/TD medíocres e veja por si o resultado. Isto se deve ao fato de que, na hierarquia da reprodução sonora dos discos de vinil, a cápsula ocupa o menor ranking de importância quando se considera o sistema mecânico do braço (incluso o Shell, a susupensão e o pivotamento) e o sistema de tração do TD.

Espero ter ajudado os iniciantes do mundo do vinil a escolher melhor seu “setup de entrada”
Tradução livre de um texto da Internet (que também estava sem créditos)
Luciano Peccerini Junior
  1. MM=Moving Magnet. Como o próprio nome diz, trata-se de uma montagem interna à capsula onde a agulha presa à alavanca possui um pequeno ímã que se move de acordo com os sulcos do disco em um arranjo de bobinas captadoras. A força eletromotriz gerada nestas bobinas são as traduções elétricas diretas do sinal gravado nos sulcos do disco.
  2. MC=Moving Coil. Análogo ao sistema anterior só que quem se move desta vez são as bobinas dentro de um campo magnético fixo. Devido às suas características construtivas, o número de voltas das bobinas é bem menor, gerando uma força eletromotriz muito mais baixa, porém com reatâncias e resistências envolvidas muito menores, permitindo uma maior definição sonora e maior banda-passante.
  3. Via de regra as cápsulas MM permitem um fácil intercambio de agulhas, ao passo que nas MC, o conjunto mecânico é um monobloco fixo, muito mais caro e delicado.
  4. Belt-drive: acionamento por correias do sistema de tração do prato.
  5. Direct-drive: acionamento direto pelo motor acoplado ao prato. Temos ainda o sistema de roldanas que é um intermediário, por assim dizer, entre os sistemas citados.
  6. Tonearm; braço do toca-discos (TD). Shell: estrutura que suporta a cápsula e agulha (stylus, plural stylii).
  7. Golden-ears. Pessoas que possuem a capacidade inata (ou aprendida) de identificar particularidades do som que as demais pessoas não possuem. Variações de fase, freqüência, banda-passante estendida, etc.

Passem por lá:

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Fonte de Bancada Valvulada - 2

Está no ar a primeira versão do esquema eletrônico e do diagrama de montagem bifilar.
http://www.amplificadores.com.br/Index_arquivos/Page435.htm

Como disse anteriormente, assim que finalizar os testes e corrigir todos os bugs (se houverem) publicarei o novo relaese. Até lá, divirtam-se!


Esquema em: http://www.amplificadores.com.br/Index_arquivos/Page435.htm


Diagrama de montagem em: http://www.amplificadores.com.br/Index_arquivos/Page435.htm

De quebra vai um estêncil para o MS-Visio que permite fazer os seus próprios diagramas de montagem.
http://www.amplificadores.com.br/Index_arquivos/Page435.htm




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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Fonte de Bancada Valvulada - 1

Caros leitores,


O projeto de amplificadores de áudio valvulados é uma tarefa muito gratificante, quando tudo vai bem e acaba bem.




Para começar direito e não apanhar demais pelo caminho, uma boa fonte de alimentação ajustável na bancada é fundamental.




Diria até que o projeto da fonte toma mais tempo e requer mais cuidados do que o circuito de áudio em si; haja vista que, para o circuito de áudio funcionar no seu ponto ótimo, a fonte tem que ser muito bem adaptada às demandas de tensão e corrente, porém para se ajustar uma fonte de maneira precisa, necessitamos que o circuito que será alimentado esteja 100% operacional para determinar os valores ótimos dos pontos de trabalho.
Perceberam o paradoxo?!


Impossível fabricar uma galinha sem que os ovos tenham vindo primeiro.






Pensando nisto e, queimando a cara por muito tempo, resolvi construir uma fonte de bancada ajustável para substituir a parafernália que usava no modo de "tentativa e erro controlado":




  1. 2 Variacs parrudos, um deles motorizado (comprado na desativação da fábrica da Philips de Capuava)
  2. Alguns potenciômetros de 10w, 20w e 50w.
  3. Alguns resistores ajustáveis básicos (100 Ohms, 1k, 10k, 100k e 470k de várias potências)
  4. Meia dúzia de transformadores.
  5. Pontes retificadoras diversas + diodos de alternador.
  6. E uma varinha mágica para consertar as coisas quando a entropia do sistema resolvia tender a zero...
Brincadeiras à parte, achei alguns artigos na revista Glass Audio (hoje, AudioXpress http://www.audioxpress.com/) muito interessantes sobre o projeto de fontes de alimentação reguláveis usando válvulas industriais como elementos shunt de regulação.




Poderia fazer uma fonte de estado sólido, mas qual a elegância disto?
Aprenderia muito pouco fazendo o regulador SS. Já vem tudo mastigado nos datasheets.




Além do mais, as válvulas são infinitamente mais resilientes que os dispositivos de estado sólido (SS) em caso de mancadas por parte do projetista, no caso, eu mesmo. São mais lentas e permitem que as tensões e correntes subam de forma gradual e suave, nos dando algum tempo extra para perceber estados defectivos no projeto.






Bem, folheando o material de consulta da minha biblioteca encontrei um artigo do Mr. Rozenblit com a descrição de uma fonte que seria perfeita para meu caso (e acredito que para o caso de vocês também).






Depois de uma boa analisada e algumas adaptações feitas, o esquema final ficou assim:


No website http://www.amplificadores.com.br/, na área de dowloads ficará disponível o esquema completo em tamanho grande bem como o diagrama de montagem no estilo do que foi feito no Nr ONE, dos posts anteriores.
Assim que terminar a montagem e corrigir todos os bugs, publicarei a versão definitiva e algumas fotos do resultado final.
No próximo post explicarei os blocos básicos da fonte.
Acompanhem!








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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Microfonia, válvulas e ventoinhas

Ainda esta semana, o F. de Salvador me perguntou sobre a possibilidade de se colocar uma ventoinha DC, como as usadas em microcomputadores, para resfriar a sua unidade do Volkano mk.III.
A princípio seria uma boa idéia, visto que os dias de verão na Bahia são um tanto quanto "quentes", apesar da sua sala de audição climatizada, por outro lado, os amplificadores valvulados não se dão muito bem com vibrações.
Expliquei que a ventoinha em si, por mais silenciosa que seja, além do ruído eletromagnético, gera várias vibrações que se propagam pelos meios sólidos até chegar nas válvulas. Temos a fundamental que depende da velocidade de rotação (e intensidade proporcional ao desbalanceamento do rotor - caso consiga uma ventoinha Suiça ou Alemã, pode desconsiderar este item...) e os diversos harmônicos que dependem de vários fatores como posição, material dos móveis, material da própria ventoinha, etc.
Toda esta ruideira pode ser capturada pelas estruturas internas das válvulas e realimentá-la causando um feedback positivo, gerando a famigerada microfonia.
Citando o Morgan Jones em seu Valve Amplifiers, 1ª edição, 4° reimpressão, pág. 145:
"A Grade de Controle
A grade de controle é formada por um fio muito fino, enrolado helicoidalmente em torno do cátodo, e é bem mais efetiva quando colocada perto da superfície do cátodo, onde a velocidade dos elétrons é baixa, ao contrário da região próxima ao ânodo onde os elétrons já adquiriram um considrável momento e não podem ser facilmente repelidos. Por esta razão, mesmo em uma válvula possuindo uma sucessão de grades internas, a grade de controle é sempre a grade mais próxima ao cátodo, sendo ainda, nas válvulas de alto-mu mais perto ainda do que nas válvulas de médio ou baixo-mu (ganho). Por conta desta proximidade da grade de controle em relação ao cátodo, qualquer pequeno movimento da grade tem um efeito significante no fluxo de elétrons, e isto é a causa da microfonia.
Apesar da grade de controle ser um ponto de altíssima impedância, pode haver circulação de corrente positiva ou negativa.
Se carregarmos a grade positivamente em relação ao cátodo, a grade irá reduzir seu efeito repulsivo no fluxo eletrônico da carga espacial a tal ponto que irá ajudar a arrancar os elétrons do cátodo em direção ao ânodo. Uma corrente muito alta irá fluir, porém alguns elétrons serão divergidos para o circuito de polarização da grade, resultando em corrente de grade positiva, que reduzirá drasticamente a alta impedância da válvula. É por causa disto que estágios de saída em classe AB2, que operam com correntes de grade positiva, geralmente são precedidos por um driver de potência.
Inevitavelmente a grade, durante o processo de construção da válvula, acaba contaminada com material altamente emissivo do cátodo e para piorar a situação, geralmente ela está localizada em local muito quente próximo ao cátodo. Se for permitido à tempreatura da grade subir, ela acabará sendo capaz de emitir elétrons por ela mesma, por esta razão as grades das válvulas de potência são enroladas em estruturas de cobre com muita massa, pois acabam funcionando como dissipadores de calor evitando a emissão secundária.
Se à válvula for permitida essa emissão secundária, uma corrente de grade negativa irá surgir e, dependendo do resistor de leak e do ponto do BIAS, o potencial da grade poderá aumentar, causando o aumento da corrente de ânodo e o consequente aumento da temperatura total da válvula. O material do ânodo então, começará a evaporar-se, e haverá mais material emissivo contaminando a grade, que aumentará ainda mais a sua emissão (e temperatura realimentando o ciclo). A grade pode se tornar tão quente que poderá se deformar e acabará tocando o cátodo, destruindo por completo a válvula."
Em resumo:
  1. Ventoinhas e vibrações não são um bom negócio perto dos equipamentos valvulados.
  2. Grades oscilando mecanicamente induzem os ruídos e a microfonia.
  3. Manter a temperatura ambiente baixa prolonga a vida das válvulas, facilitando a dissipação do calor.
É isto aí.
Até a próxima.
Luciano

segunda-feira, 8 de março de 2010

Pondo ordem na casa

Meus caros amigos,

Há tempos venho colecionando filmes de ficção e animes.
Minha videoteca era uma verdadeira bagunça, ou seja, ninguém além de mim conseguia achar alguma coisa por lá (em partes era bom, pois a "patroa" não conseguia achar os filmes para emprestar escondido para minha cunhada - que tem o péssimo hábito de não devolver...).

Foram várias tentativas para organizar a coisa. Somando-se aos animes e aos filmes de sci-fi, volta-e-meia apareciam alguns filmes dignos de nota em DVD, meus VHSs antigos e até LDs que mereciam seu lugar ao sol.
O que fazer?
Montei um banco de dados em MS-Access e usei-o por algum tempo, mas a usabilidade da coisa se mostrou pior do que quando ficava tudo engavetado e catalogado na memória.

Navegando na net prá lá e prá cá, outro dia achei o ANT Movie Catalog. http://www.baixaki.com.br/download/ant-movie-catalog.htm

Qual não foi a minha surpresa quando baixei-o e comecei a usar. Consegui colocar tudo em ordem rapidamente e agora posso procurar o que quiser de maneira muito rápida e fácil, além de possuir um sistema de controle de empréstimos... (= minha cunhada sob controle).

Além disso tudo, ele roda vários scripts que buscam automaticamente na Internet, em vários sites especializados em cinefilia, os dados essenciais de cada obra. Fantástico.

Espero que a dica sirva para vocês também!

Abraços.

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

DIY_002: O circuito do Number ONE...

Conforme havia citado, nesta parte do post, publico o circuito do Nr ONE.
O esquema coreano original possuia alguns componentes difíceis de encontrar por aqui:
- Transistores 2SA, resistores da série E96, diodos Matsushita com códigos estranhos etc.
Resolvi tropicalizar o dito cujo montando com o que tinha à mão.

O resultado vocês podem ver em:



Além da "tropicalização" resolvi dar uma melhorada em algumas coisas que achei, na época, bem simplórias por parte do designer original...lá de Seoul...

No filamento, além de retificar (o original era AC) coloquei um regulador para manter tudo sob controle.
No +B, a mesma coisa. Um regulador com um MOS-FET tipo enhanced V-mos hexfet da International Rectifier que dá conta do recado com o pé nas costas. É o maravilhoso, poderoso, fantástico, silencioso e, melhor de tudo, baratíssimo: IRF630!

Feitas estas duas modificações, o circuito tornou-se estável como uma rocha. Variações de até 30% na rede (up) e 20% (down) eles mantêm todos os parâmentos estáveis: +B, BIAS, filamento, polarização de grade, de cátodo, de ânodo etc.
127Vac. 138Vac, 90Vac, não importa muito o que vc ligar, estará tudo certinho lá dentro.

Aliás, uso este mesmo artifício nos meus produtos regulares. Meus clientes sempre perguntam se a rede deve ser 110Vac ou 127Vac...Não importa se você usa uma fonte regulada e estabilizada após os trafos.

Ajustei os valores dos demais componentes para resistores de prateleira (série E24) e voilà!


Foi ligar e falar.


Espero sinceramente que se sintam tentados a montar o seu primeiro amplificador valvulado.
Muitos não funcionarão logo de cara e isso é fundamental que aconteça, pois aprendemos muuuuuito mais corrigindo erros do que acertando de primeira.


Embarquem nesta viagem que só pode render frutos e diversão!*

Atenciosamente,


Luciano.



*...e alguns choques de vez em quando...


PS.: Os circuitos valvulados envolvem tensões altas, embora as correntes sejam baixas, os choques são desagradáveis e até perigosos. Sempre usem apenas uma mão ao manusear circuitos alimentados e, de preferência a mão direita, para resguardar seu músculo cardíaco de uma eventual passagem de corrente pelo braço até os pés...Se não se sentirem seguros não façam e, lembrem-se, os capacitores mantêm-se carregados por um bom tempo após o desligamento, portanto use um voltímetro para certificar-se que tudo está abaixo dos 50Vdc antes de começar a mexer nos circuitos!





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domingo, 31 de janeiro de 2010

DIY_001: Placa de montagem Vintage, estilo Fender ´50.

Meus caros amigos,
Conforme falei no post anterior, esta é a primeira de uma série de 3 posts DIY (Do It Yourself) que permitirá a vocês montarem o seu primeiro amplificador valvulado.
Na verdade, este primeiro guia passo-a-passo mostra como construir uma placa padrão de furos metalizados paralelos que suportará qualquer tipo de montagem eletrônica para equipamentos de áudio valvulados, sejam amplificadores Hi-Fi ou de instrumentos musicais ou o que mais sua imaginação permitir.
Os custos envolvidos são baixos e a diversão garantida.
Vamos lá!
O material necessário:
  1. Uma placa fenólica (fórmica usada para revestimentos de tampos de mesa e armários) com 0,5mm à 2 mm de espessura. Dica: peça o retalho em alguma marcenaria. Custo envolvido: R$0,00, se o marceneiro for seu amigo.
  2. Escala (régua) metálica de 400mm. A metálica é melhor pois o Scribber não danifica a régua quando passa por ela cortando o material.
  3. Ferramenta de corte. O ideal é usar de um "Scribber" da marca OLFA. Se não tiver, faça uma pequena faca com uma lâmina de serra quebrada. Use como referência a foto que mostra a ponta de corte do Scribber, mais abaixo.
  4. Caneta para retro-projetor tipo PILOT (usada também para marcar CDs/DVDs e para fazer circuitos impressos "na mão").
  5. Broca de aço rápido de 3mm e furadeira.
  6. Prensa manual nr.6 (veja texto abaixo). Pode ser adquirida na região da Rua do Gasômetro em SP, por R$30,00 em média.
  7. Ferramenta macho-fêmea para prensar "ilhós 70FL Latonado". Idem acima com custo aproximado de R$6,00.
  8. Ilhóses latonados tipo 70FL. O saco com 10.000 peças custa por volta de R$15,00. Com estes 10.000 ilhóses você construirá placas para você e seus amigos por toda uma vida...

É isto. Com tudo à mão, passemos para o "como fazer".

Material incial disposto sobre a bancada de trabalho. Note o formato da ponta de corte do Scribber da OLFA.

Com a escala metálica, corte as tiras na largura desejada. Faça um sulco com a ferramenta dos dois lados da placa coincidindo nas duas faces. Isto evitará rebarbas e rachaduras, e também servirá para garantir que o corte fique limpo e reto. Eu usei como referência a largura de um resistor de 10w, que seria o maior componente usado radialmente. Fiz a minha com 60mm porém 40 ou 50mm são suficientes para 90% dos casos.

Placas separadas e prontas para a marcação do guia de furos.

Deixei 5mm da borda e marquei uma linha paralela ao longo de toda a extensão, tanto no lado esquerdo quanto no lado direito. Depois a cada 10mm (1 cm), fiz uma pequena marca onde serão fixados os ilhóses.

Tudo marcado, passemos para a furação das placas.

Com a broca de 3mm, faça os furos nos pontos marcados. Cuidado que a fibra fenólica tende a ser puxada na direção da broca devido à sua textura plástica e dura. Segure e faça pressão próximo a região do furo para que o processo de furação não estrague o seu trabalho com rachaduras inconvenientes. Use sempre EPIs (óculos de proteção e protetor auricular. Com máquinas rotativas nunca use aventais e ou luvas!). Proteja-se. O que é para ser diversão, não pode se tornar um transtorno de final de semana por conta de um protetor auricular e um óculos que somados não chegam a R$10,00 de investimento! Tenha-os sempre à mão!

Furos feitos nas duas laterais usando as marcações como guias.

Pronto. Placa furada. Passemos à segunda fase: prensagem dos ilhóses.

Esta é a prensa manual. Uso uma número 6. Pode ser a rotativa, como a minha (que é do tipo ZERO manutenção) ou a de alavanca (que costuma precisar de um pouco mais de carinho no manuseio...) ou se não tiver como, use um pequeno martelo, em último caso. Não garanto a aparencia final, mas ao menos você terá um suporte para suas montagens, anyway...

Esta é a ferramenta que vai acoplada na prensa. Na esquerda a superior (móvel) e na direita a que fica na base, com o pino centralizador retrátil. Veja que na ferramenta superior está marcada a codificação do ilhós indicado (70) e na inferior o tamanho da prensa (6).

O saco de ilhóses que usarei por toda a eternidade...

Close no ilhós 70FL Latonado. Maleável, dúctil e fantasticamente aderente à solda 60-40 Sn-Pb, normalmente usada nos projetos eletrônicos.

Montagem das ferramentas na prensa. Na superior rosca, Na inferior, encaixe.

Ilhós em posição, colocado sobre a base inferior e contralizado pelo pino retetrátil.

Coloque a placa fenólica encaixada no ilhós que está posicionado na prensa e...

...mãos-à-obra. Force a alavanca da prensa até o final e aplique um pequeno sobre-torque para garantir que tudo está bem firme. Retire a placa e veja se o ilhós não se move. Se rodar no furo, reposicione sobre a ferramenta e aplique o torque novamente.
Repita a operação para todos os furos.

Veja como as bordas do ilhós foram dobradas para fora e ficaram firmemente presas à placa.

Eis a montagem como deve ficar.


Dependendo do tamanho da tira escolhida, faça todo o trabalho e depois vá cortando conforme sua necessidade.


Este é o resultado final. Voilà!
Agora você tem uma placa para suportar seus projetos bem ao estilo vintage dos Fender da dácada de 50.
Have fun!

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Number ONE

Meus caros,
Quinze anos atrás montei um pequeno amplificador com as fatásticas 6BM8.
Num único envelope de vidro tipo T-12 e base de pinos mini-noval temos os dois elementos complementares necessários: um tríodo de alta performance (bem aos estilo das 12AX7) e um pentodo de saída (lembrando as 6AQ5), resumindo: a combinação perfeita para amplificadores compactos e de alta-fidelidade.
Era um amplificador single-ended operando em classe A de baixa potência e um som maravilhoso, respeitando-se suas limitações técnicas e a relação custo x benefício. Sabem como é, engenheiro recém-formado, sem o background paterno, anda sempre sem grana...
Usava tudo que eu tinha à mão naquela época. Para dizer a verdade, tive que desembolsar uns US$8,00 (em dinheiro de hoje) para comprar na Lider Transformadores lá na região da Rua Santa Ifigênia em SP, os dois trafos de saída. Eles ainda os produzem em série desde a década de 60!
Dobrei algumas chapas de alumínio para o chassis e uma placa de chapa perfurada para o fechamento.
Uma placa frontal com um buraco retangular e uma placa de vidro de 2mm colada com silicone completam a "cara" do Ampli.
Pronto. Tudo montado foi só ligar na tomada e deixar o Number ONE cantar.
Foram alguns anos de uso ininterruptos ligados à placa de som do meu computador naquela época.
Mudanças prá lá e prá cá, reformas, casas novas, apartamento, casa de novo, mudança de endereço, enfim...o Number ONE acabou desligado e encostado por todos estes anos e sofrendo com as viagens constantes.
Há duas semanas resolvi dar o carinho necessário para que ele voltasse à vida.
Num Domingo chuvoso, como têm sido todos os Domingos desde Dezembro´09 em SP, abri o Nr ONE e desmontei todo o interior. Tirei tudo. Fiação, soquetes, componentes, trafos, partes metálicas etc.
Então iniciei o processo da reconstrução:
  1. Lixa e pintura nova na parte metálica.
  2. Limpeza geral. Pó, umidade, restos de insetos, tudo retirado, limpo e seco.
  3. Testes nos componentes individuais. Nenhum sequer com problemas de fuga, umidade ou valor adulterado. Separei tudo numa caixa plástica.
  4. Soquetes plásticos Begli da década de 70...lixo. Perderam o efeito mola e o tratamento estanhado oxidou-se antes mesmo de eu inciar o Nr ONE 15 anos atrás...Coloquei dois novos soquetes fenólicos gringos.
  5. Montagem da circuiteira: o que fazer? Ponto a ponto? Placa-padrão de furos? PCB feita à mão? Fotocril e transparência?...Decidi!
...Há alguns meses o C. me trouxe uma réplica do Fender DeLuxe que ele estava construindo (update: construiu! Vejam em http://bit.ly/bgg0HP) para eu dar alguns palpites, foi quando ele comentou que iria fazer a montagem em placa fenólica com ilhós. Isso mesmo. Se era para ser uma réplica, que seja como o Mr. Fender fez 50 anos atrás!
Liguei para o C. e pedi alguns ilhóses e a ferramenta para prensá-los. Já tinha a prensa manual e uma lâmina de fórmica cortada. Era só furar e prensar os ilhóses.
Feito.
Redesenhei o circuito para a montagem em placa de furos paralelos (como se fazia na década de 50, antes das PCBs) e montei tudo de acordo com o diagrama.
Foi só ligar na tomada e dar vida novamente ao Number ONE.


Está lá, firme e forte, ligado à minha placa de som no servidor do meu escritório. Enquanto escrevo estas linhas ele canta a "trilha sonora original da temporada 4 do seriado de ficção Battlestar Galactica" (BSG75, para os íntimos)*...





Em tempo,



Atendendo aos pedidos de alguns amigos e clientes, postarei um passo-a-passo DIY para que vocês possam construir uma réplica do Number ONE.

No próximo post do blog, explicarei como fazer as placas fenólicas (Formica) com ilhós de latão e em seguida publicarei: a) o circuito do Number ONE, b) as fontes de alimentação com reguladores de AT e Filamento c) o diagrama bifilar para a montagem que permitirá a qualquer pessoa, mesmo sem conhecer profundamente (ou nada mesmo) de eletrônica, montar o Nr 1.
Não existe nada mais gratificante do que juntar um punhado de componentes eletrônicos e ver aquilo tudo junto fazendo algo interessante por si só!
Essa é a magia de projetar e construir amplificadores que me deixa mais feliz e satisfeito a cada dia!
Grande abraço e até a próxima.
...
* Os Trekkies, os Bab-5s, os SGs e os Jedis** que me desculpem mas, com todo o respeito, BSG está anos-luz à frente de tudo o que já foi feito em termos de Sci-Fi para TV. Quem não viu, não sabe o que perdeu!
** Star Trek, Babylon-5, Star Gate e Star Wars.
Yamato é Yamato. Nem entra no ranking!
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